18 de março de 2013

Perda, de José Nedel

Ficou-me duro de roer este osso
Outrora – a desventura de perdê-la
Hoje prescindo dos favores dela:
Bebo água limpa do meu próprio poço.

Sofrer até um limite xis eu posso,
Já que torna a alma resistente e bela,
Entre na trama austera da novela
Da vida que escolhi e ainda endosso

Não são os males ditos naturais,
Mas os do coração que doem mais
Há uma compensação, ao que se sabe:

Se aqui não há um bem que sempre dure,
Ou a que nenhum desfeito se misture
Também não há um mal que não se acabe.

Um comentário: