30 de março de 2019

Poema sem título, 2010

Este é um diário de confissões
Daqueles sem fatos nem fotos
Algumas vitórias mas todas as derrotas
Para me lembrar do meu lugar
Eu não preciso ser perfeito
E daí se um dia apostei que seria?
Minhas tristezas não precisam ser tragédias
Podem ser apenas rancores de uma mente amarga
Minha história é de alguém que não tentou
Contos do espírito que se embotou
Nada de corações partidos, nem crítica social
Só alguém que perdeu sempre antes da largada
Tudo ocorreu aqui dentro de mim
Eu sabia como reagiria a você
Então dei um nó no meu estômago
E tudo acabou já no epílogo
Hoje eu conto as estiletadas nos meus pulsos
Que contam pecados inconfessáveis
Pois eu sou uma jóia toda cravejada
Com as cicatrizes do meu desejo por ti
Assim nasceram as minhas marquinhas
Uma nas costas pelos teus olhos
Outra nos dedos pela tua pele branca
Uma bem funda na coxa pela tua juventude
A tua vista me machucava, sempre foi assim
Mais que brasa no olho
Sorte a lâmina que me purificava
Em um tributo a tua beleza
Olha este manto perene que me veste
Estampado com a mais fina arte do meu ser
Ela esconde, atrás da amargura, uma face
A face de alguém que não tentou
Minha sina sempre foi você
Mais o silêncio nos meus lábios
Que me impedem até hoje de dizer


Que o mais importante pra mim é você

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